Romance A família Canuto

Romance A família Canuto
Romance A família Canuto e a Luta camponesa na Amazônia. Prêmio Jabuti de Literatura.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Exposição Marrocos: o outro lado do oceano


Marrocos: o outro lado do oceano



Marrocos: o outro lado do oceano é um projeto de artes visuais de Carlos Cartaxo, que usa a expressão da fotografia e tem a função de possibilitar o acesso à arte focando a alfabetização visual, através de imagens de uma cultura que tem peculiaridades com a nordestina brasileira por ser, em alguns momentos, muito próxima e ao mesmo tempo muito distante. Essa oportunidade comparativa do Nordeste brasileiro com um país africano possibilita uma visão geográfica e histórica que não seja o domínio cultural colonialista europeu que nos é imposto há 500 anos. De modo que, através de uma leitura visual, estimulamos uma visão multicultural, crítica e identitária.

No universo pensante da arte, o que tem predominado nos últimos anos é o conceito moderno de arte, baseado nos princípios elitistas da genialidade, originalidade e autenticidade. Contrapondo esse pensamento, esse projeto se propõe a construir a concepção de que arte é tudo aquilo que o leitor compreende como sendo arte. A liberdade de criar e se expressar faz com que, através de imagens, o leitor se identifique e se sinta até motivado a produzir arte, seja fotografia, pintura, literatura, espetáculos ou outra forma qualquer, sem se deter a conceitos e preconceitos estabelecidos pela elite que tenta, há dois séculos, fazer da arte uma mercadoria e não uma expressão humana. A arte burguesa que se oferece, hoje, na maioria dos meios culturais, insiste em se manter distante da população subalterna. Essa arte elitista é uma invenção européia que tem apenas duzentos anos. De modo que nos propomos, com esse projeto, a levantar a reflexão: todo o legado cultural de milhares de anos da humanidade não é arte? É necessário registrarmos que antes desse conceito ocidental, de belas artes, que hoje predomina, havia um sistema de arte utilitário que acompanhou toda a trajetória humana. Logo, a concepção do projeto é indagar: e a arte nativa latino-americana, africana e asiática, não são consideradas artes? Com esse ímpeto expomos o projeto Marrocos: o outro lado do oceano aproximando culturas, no caso a África e o Brasil, o Marrocos e o Nordeste brasileiro.

Há necessidade de conciliar arte e vida. Esse pensamento é a base teórica de Carlos Cartaxo, o autor desse projeto. Para justificar sua concepção teórica, Cartaxo cita o escritor norte-americano, Larry Shiner, que em seu livro A invenção da arte: uma história cultural coloca que as obras de Shakespeare não foram escritas como textos definitivos e intemporais, nem para serem lidos como obras mestras da literatura, mas como roteiros que podiam ser modificados durante sua interpretação em um cenário popular. Nesse sentido, trabalhar a arte, no nosso caso a fotografia, de forma simples, objetiva e contextualizada é dar oportunidade para que muitos possam ter uma visão multicultural do mundo, além de que também serão motivados para se expressarem através de obras artísticas.

Dessa forma, a exposição Marrocos: o outro lado do oceano, composta por 31 imagens, se propõe a cumprir o papel de estimular a produção artística e facilitar a alfabetização visual, assim como abrir um debate quanto à desconstrução do conceito modernista de arte, introduzindo a visão crítica de que a fotografia, assim como as demais expressões artísticas, deve se abrir para todas as possibilidades de expressões humanas.



Objetivos da exposição:



· Educar para a leitura visual;

· Mostrar as semelhanças culturais entre o Marrocos e o Brasil;

· Expor a identidade geográfica do Marrocos e sua aproximação com o Nordeste brasileiro;

· Levar a exposição fotográfica a comunidades que não têm acesso a museus, galerias de arte e centros culturais;

· Desconstruir a tese modernista de que obra de arte é aquela que está em museus, galerias e teatros;

· Estimular a leitura crítica contextualizada a partir de imagens culturalmente significativas;

· Introduzir conceitos estéticos sobre culturas e identidades culturais;

· Dar oportunidade para que pessoas de comunidades menos favorecidas possam ser estimuladas à fruição artística;

· Aproximar povos e comunidades através da arte;

· Demonstrar através de imagens a relação multicultural existente entre a África e o Brasil;

Incentivar o registro, através de imagens, da cultura local e regional;
Contribuir para com a formação cultural e intelectual de jovens e adultos.


Em paralelo à exposição, será programada a palestra Marrocos: o outro lado do oceano, cujo conteúdo é fazer uma leitura visual da África, através do Marrocos, fazendo uma conexão com a cultura nordestina. As palestras serão ministradas pelo professor Carlos Cartaxo. Para efeito de informação, duas palestras com o mesmo perfil já foram realizadas, uma no IFPB – Instituto Federal da Paraíba (Antigo CEFETPB) em João Pessoa no segundo semestre de 2008 e outra, em abril de 2009, no 4º Encontro Anual do Projeto Arte na Escola - Pólo UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.



A exposição ficará de 06/05 a 30/05, 2º Andar da Torre, Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes.



A exposição tem patrocínio da PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA através do Fundo Municipal de Cultura.



As palestras, gratuitas, serão na sala de convenção 2, com capacidade para 100 lugares, abertas para escolas e a comunidade em geral, interessados devem confirmar a presença antecipadamente através de contato telefônico com a Estação.



Datas Dias

11/05 Terça-feira

13/05 Quinta-feira

15/05 Sábado

18/05 Terça-feira

21/05 Sexta-feira

22/05 Sábado

25/05 Terça-feira

27/05 Quinta-feira

29/05 Sábado

30/05 Domingo







Local da Exposição: - Estação Cabo Branco



- Endereço: Av. João Cirillo Silva, s/n, Altiplano Cabo Branco, 58046-010, João Pessoa, PB



- Contatos: 83.3214.8303/8270 / 83.8650.6749



- Horários de funcionamento da Estação: De Terça a Sexta - 09h às 21h. Sábados e Domingos - 10h às 21h. Às segundas a Estação não abre.

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