Romance A família Canuto

Romance A família Canuto
Romance A família Canuto e a Luta camponesa na Amazônia. Prêmio Jabuti de Literatura.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Palestra Marrocos: o outro lado do oceano


Palestra Marrocos: o outro lado do oceano



Marrocos: o outro lado do oceano é a palestra que o professor Carlos Cartaxo, do Departamento de Artes Cênicas, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba, ministrará nesse terça-feira, 31 de agosto de 2010 às 19:30 horas no Hotel Igatu, na praia de Cabo Branco, em João Pessoa, com entrada franca. Evento organizado pelos Companheiros das Américas, Comitê Paraíba-Connecticut.

Marrocos: o outro lado do oceano é um projeto de cultura visual, que usa a expressão da fotografia e que tem a função de possibilitar o acesso à arte focando a alfabetização visual, através de imagens de uma cultura que tem peculiaridades com a nordestina brasileira por ser, em alguns momentos, muito próxima e ao mesmo tempo muito distante. Essa oportunidade comparativa do Nordeste brasileiro com um país africano possibilita uma visão geográfica e histórica que não seja o domínio cultural colonialista europeu que nos é imposto há 500 anos. De modo que, através de uma leitura visual, estimulamos uma visão multicultural, crítica e identitária.

No universo pensante da arte, o que tem predominado nos últimos anos é o conceito moderno de arte, baseado nos princípios elitistas da genialidade, originalidade e autenticidade. Contrapondo esse pensamento, esse projeto se propõe a construir a concepção de que arte é tudo aquilo que o leitor compreende como sendo arte. A liberdade de criar e se expressar faz com que, através de imagens, o leitor se identifique e se sinta até motivado a produzir arte, seja fotografia, pintura, literatura, espetáculos ou outra forma qualquer, sem se deter a conceitos e preconceitos estabelecidos pela elite que tenta, há dois séculos, fazer da arte uma mercadoria e não uma expressão humana. A arte burguesa que se oferece, hoje, na maioria dos meios culturais, insiste em se manter distante da população subalterna. Essa arte elitista é uma invenção européia que tem apenas duzentos anos. De modo que nos propomos, com esse projeto, a levantar a reflexão: todo o legado cultural de milhares de anos da humanidade não é arte? É necessário registrarmos que antes desse conceito ocidental, de belas artes, que hoje predomina, havia um sistema de arte utilitário que acompanhou toda a trajetória humana. Logo, a concepção do projeto é indagar: e a arte nativa latino-americana, africana e asiática, não são consideradas artes? Com esse ímpeto estão sendo realizadas exposições itinerantes do projeto Marrocos: o outro lado do oceano aproximando culturas, no caso a África e o Brasil, o Marrocos e o Nordeste brasileiro. Em paralelo com a exposição são realizadas palestras para escolas e pessoas interessadas.

. Segundo Carlos Cartaxo, o autor desse projeto, há necessidade de conciliar arte e vida . Para justificar sua concepção teórica, Cartaxo cita o escritor norte-americano, Larry Shiner, que em seu livro A invenção da arte: uma história cultural coloca que as obras de Shakespeare não foram escritas como textos definitivos e intemporais, nem para serem lidos como obras mestras da literatura, mas como roteiros que podiam ser modificados durante sua interpretação em um cenário popular. Nesse sentido, trabalhar a arte, no nosso caso a fotografia, de forma simples, objetiva e contextualizada é dar oportunidade para que muitos possam ter uma visão multicultural do mundo, além de que também serão motivados para se expressarem através de obras artísticas. A exposição Marrocos: o outro lado do oceano se propõe a cumprir o papel de estimular a produção artística e facilitar a alfabetização visual, assim como abrir um debate quanto à desconstrução do conceito modernista de arte, introduzindo a visão crítica de que a fotografia, assim como as demais expressões artísticas, deve abrir para todas as possibilidades de expressões humanas.

A exposição esteve no mês de maio próximo passado na Estação Cabo Branco de Ciências, Cultura e Arte, em João Pessoa, onde foram proferidas oitos palestras. A mesma tem patrocÍnio do Fundo Municipal de Cultura de João Pessoa

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