quinta-feira, 17 de maio de 2012
A multiculturalidade através das cores
A multiculturalidade através das cores é um projeto de artes visuais de Carlos Cartaxo, que usa a expressão da fotografia e tem a função de possibilitar o acesso à arte focando a alfabetização visual, através de imagens de uma cultura que tem peculiaridades com a nordestina brasileira por ser, em alguns momentos, muito próxima e ao mesmo tempo muito distante, no caso, Nordeste, Brasil e Marrocos, África. Essa oportunidade comparativa do Nordeste brasileiro com um país africano possibilita uma visão geográfica e histórica que não seja o domínio cultural colonialista europeu que nos é imposto há 500 anos. De modo que, através de uma leitura visual, estimulamos uma visão multicultural, crítica e identitária.
No universo pensante da arte, o que tem predominado nos últimos anos é o conceito moderno de arte, baseado nos princípios elitistas da genialidade, originalidade e autenticidade. Contrapondo esse pensamento, esse projeto se propõe a construir a concepção de que arte é tudo aquilo que o leitor compreende como sendo arte. A liberdade de criar e se expressar faz com que, através de imagens, o leitor se identifique e se sinta até motivado a produzir arte, seja fotografia, pintura, literatura, espetáculos ou outra forma qualquer, sem se deter a conceitos e preconceitos estabelecidos pela elite que tenta, há dois séculos, fazer da arte uma mercadoria e não uma expressão humana. A arte burguesa que se oferece, hoje, na maioria dos meios culturais, insiste em se manter distante da população subalterna. Essa arte elitista é uma invenção européia que tem apenas duzentos anos. De modo que nos propomos, com esse projeto, a levantar a reflexão: todo o legado cultural de milhares de anos da humanidade não é arte? É necessário registrarmos que antes desse conceito ocidental, de belas artes, que hoje predomina, havia um sistema de arte utilitário que acompanhou toda a trajetória humana. Logo, a concepção do projeto é indagar: e a arte nativa latino-americana, africana e asiática, não são consideradas artes? Com esse ímpeto expomos A multiculturalidade através das cores que faz parte do projeto Marrocos: o outro lado do oceano aproximando culturas, no caso a África e o Brasil, o Marrocos e o Nordeste brasileiro.
Há necessidade de conciliar arte e vida. Esse pensamento é a base teórica de Carlos Cartaxo, o autor desse projeto. Para justificar sua concepção teórica, Cartaxo cita o escritor norte-americano, Larry Shiner, que em seu livro A invenção da arte: uma história cultural coloca que as obras de Shakespeare não foram escritas como textos definitivos e intemporais, nem para serem lidos como obras mestras da literatura, mas como roteiros que podiam ser modificados durante sua interpretação em um cenário popular. Nesse sentido, trabalhar a arte, no nosso caso a fotografia, de forma simples, objetiva e contextualizada é dar oportunidade para que muitos possam ter uma visão multicultural do mundo, além de que também serão motivados para se expressarem através de obras artísticas.
Dessa forma, a exposição A multiculturalidade através das cores, composta por 31 imagens, se propõe a cumprir o papel de estimular a produção artística e facilitar a alfabetização visual, assim como abrir um debate quanto à desconstrução do conceito modernista de arte, introduzindo a visão crítica de que a fotografia, assim como as demais expressões artísticas, deve se abrir para todas as possibilidades de expressões humanas.
Objetivos da exposição:
• Educar para a leitura visual;
• Mostrar as semelhanças culturais entre o Marrocos e o Brasil;
• Expor a identidade geográfica do Marrocos e sua aproximação com o Nordeste brasileiro;
• Levar a exposição fotográfica a comunidades que não têm acesso a museus, galerias de arte e centros culturais;
• Desconstruir a tese modernista de que obra de arte é aquela que está em museus, galerias e teatros;
• Estimular a leitura crítica contextualizada a partir de imagens culturalmente significativas;
• Introduzir conceitos estéticos sobre culturas e identidades culturais;
• Dar oportunidade para que pessoas de comunidades menos favorecidas possam ser estimuladas à fruição artística;
• Aproximar povos e comunidades através da arte;
• Demonstrar através de imagens a relação multicultural existente entre a África e o Brasil;
• Incentivar o registro, através de imagens, da cultura local e regional;
• Contribuir para com a formação cultural e intelectual de jovens e adultos.
Em paralelo à exposição, será programada a palestra Marrocos e a multiculturalidade através das cores, cujo conteúdo é fazer uma leitura visual da África, através do Marrocos, fazendo uma conexão com a cultura nordestina. As palestras serão ministradas pelo professor Carlos Cartaxo. Para efeito de informação, várias palestras com o mesmo perfil já foram realizadas no: IFPB – Instituto Federal da Paraíba (Antigo CEFETPB) e na Estação Cabo Branco em João Pessoa , no 4º Encontro Anual do Projeto Arte na Escola - Pólo UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Antigo CEFETRN), nas cidades paraibanas de Picuí, Nova Palmeira, Baraúna, Nova floresta e Cabedelo.
A exposição que tem a produção de Tadeu Patrício e ficará na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Jose Guedes Cavalcante no bairro de Camalaú em Cabedelo, Paraíba, de 14/05 a 31/05 de 2012.
A exposição tem patrocínio da Banco do Nordeste do Brasil e do BNDES.
Carlos Cartaxo é:
Professor do departamento de Artes Cênicas da UFPB e escritor.
Academicamente é Doutorando em Artes Visuais e Educação pela Universidade de Barcelona, Espanha; Mestre em Engenharia de Produção pela UFPB - Universidade Federal da Paraíba; Especialista em Educação Superior pela UNAMA - Universidade da Amazônia; e Licenciado em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela UFPB.
Dentre suas ações sociais e culturais destacam-se:
O projeto O circo na Escola desenvolvido como atividade de extensão da UFPB nas escolas: Municipal Aruanda; e na Escola da aldeia S.O.S da Paraíba de 2000 a 2002 ;
A participação no Projeto Brazil de intercâmbio cultural entre os estados do Pará e o Missouri nos EUA, 1995/98;
A atuação como tesoureiro e presidente da Federação Paraibana de Teatro Amador na década de 80, século XX;
A participação no Programa Internacional de Formação de Liderança e Desenvolvimento Comunitário - Fellows IX, dos Companheiros das Américas, 1996 a 1998.
Publicou os livros:
• Manual de Segurança do Trabalho. Belém - PA. Edição Grupo Empresarial Marcos Marcelino, 1990.
• A Família Canuto e a Luta Camponesa na Amazônia. Belém-PA. Editora da UFPA e Livroarte, 1999. PRÊMIO JABUTI DE LITERATURA da Câmara Brasileira do Livro.
• O Ensino das Artes Cênicas na Escola Fundamental e Média. João Pessoa, Autor-editor, 2001.
• Teatro de Atitudes. João Pessoa. Editora Sal da Terra, 2005.
• Ação Educativa para Cidadania. João Pessoa. Editora da UFPB, 2007.
• Teatro Determinado. João Pessoa. Editora Sal da Terra, 2009.
• Geraldeando. João Pessoa. Editora Manufatura, 2010.
Publicou contos nos livros:
Sonho de Feliz Cidade. João Pessoa. Edição Sebo Cultural. Coletânea que participou com o conto Parahyba, 2007.
• Histórias de Sábado. Recife. Editora Liceu. Antologia que participou com os contos: Pressa, maldita pressa e A chuva, 2008.
Como Autor teatral teve os seguintes textos montados:
• .A Carne é Fraca, em 1985.
• O Espigão Gaiato, em 1986.
• O Tico-Tico Cantador, em 1988, 1992, 1993 e 2003.
• A Saga do Caranguejeiro, em 1998.
• Diálogos do Absurdo, em 2000.
• Esse Tal Apagão, em 2001.
• Terra Brasilis, em 2002.
Como diretor e/ou produtor teatral trabalhou em:
• 4 peças infantis (Vamos brincar de circo, 1980; O Palhaço e o Rei, 1983; O sorriso do palhaço, 1984; e o Tico-Tico cantador, 1988.)
• 3 revistas teatrais (A Carne é fraca, 1985; Para esse barco não parar, 1994; e Terra brasilis, 2002.)
• 4 peças de teatro de rua ( ...E a gente grita, 1981; e O Espigão gaiato, 1986; e A mangueira, 1994; Esse tal apagão, 2001.)
• 12 peças adultas (Acalanto de Joana Louca, 1986; GETI-10 Anos, 1988; Mari, araçá e outras árvores do paraíso, 1988; Rui, o maior barato, 1991/95; A balada de Garuma, 1992; A exceção e a regra, 1992; e A fera de Macabu, 1993; Preta de neve, 1997; A saga do caranguejeiro, 1998; Terra brasilis, 2002; Lisístrata, 2004; e Da exceção à regra, 2006 e 2010.)
Como assistente de direção trabalhou no espetáculo Morgan's mile. Academy of Performing Arts. Grandview, Missouri, EUA. 1996.
Como ator atuou em:
11 espetáculos (T de terra e B de Brasil, 1977; O muro, 1977; A exceção e a regra, 1979; Vamos brincar de circo, 1980; O verdugo, 1981; O Palhaço e o Rei, 1983/86; A carne é fraca, 1985/86; O espigão gaiato, 1986; O Tico-Tico cantador, 1988; Cenas da selva e da cidade, 1993; e Lisístrata, 2004.)
Foi premiado com:
1. Prêmio Jabuti de Literatura pelo romance/reportagem A família Canuto e a luta camponesa na Amazônia. Câmara Brasileira do Livro. 2001;
2. Prêmio de Melhor Cenário no Festival de Teatro Belém, pelo cenário da peça teatral A saga do caranguejeiro. Belém-PA. 1998.
Contatos com Carlos Cartaxo:
(83) 9613 8700 (TIM) e (83) 8704 7277 (OI)
carloscartaxo@yahoo.com.br
cartaxocarlos@hotmail.com
http://carloscartaxo.multiply.com
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